domingo, 27 de junho de 2010

Desabafos: Ódios de estimação

Eu adoro muitíssimas coisas, muitas delas ninguém percebe muito bem porquê, o que ainda faz aumentar mais a minha adoração. Porque é só minha, porque a acarinho sozinha, porque só eu a percebo e porque aprecio o que é peculiar.

Por outro lado, os meus ódios de estimação enchiam tranquilamente o Pavilhão Atlântico. São ódios que merecem o meu afecto, que gosto de cultivar e partilhar com as outras pessoas. Quando o faço é com a secreta expectativa que me perguntem o porquê, ou melhor ainda que não concordem comigo. Isso permite-me verbalizar tudo aquilo que mentalmente fui apontando, destilando o meu veneno em todo o seu esplendor.

Para vosso deleite, passarei a elencar alguns dos fúrunculos a que dedico este grandioso sentimento. A ordem é aleatória, por isso se se enquadrarem nalgum dos pontos não fiquem tristes se não encabeçarem a lista. E não, não vou falar sobre as vuvuzelas... Odeio ser previsível!

Os frontais

Há uma classe de gent(inha)e que viu o seu grande apogeu acontecer em simultâneo com a descoberta dos reality show's neste cantinho à beira-mar plantado.

Esta espécie tem por hábito começar as frases por "isto é assim", e  partilham um especial interesse pela mitologia grega, sendo a referência ao Hades recorrente. Referem também muitas vezes o Hadem, mas as minhas buscas relativas a esse deus grego até agora revelaram-se infrutíferas.

Os frontais são, como é que hei-de explicar, frontais. E para que não haja dúvídas disso, eles dizem-no periodicamente. Quase que dá para acertar um relógio por um frontal...

No entanto, aquilo a que chamam frontalidade, na minha opinião traduz-se numa gritante ausência de sentido de conveniência. A honestidade das suas milhentas opiniões (sim têm opinião formada sobre tudo) é uma amálgama dos lugares-comuns que vão recolhendo entre aquilo que ouvem no café que frequentam , nos programas da manhã e last, but not the least, nos pasquins e revistas ditos cor-de-rosa que atulham os nossos quiosques (não substimem a utilidade destas publicações: o Correio da Manhã faz uma labareda linda!).

Qualquer manifestação de inteligência, ao invés do habitual chico-espertismo, por parte de um frontal, não é coincidência. É um milagre.

Uma última nota importante: é comum confundir este tipo de gent(inha)e com os "isto o que faz falta é um Salazar em cada esquina".  Dica para os distinguir: os primeiros "cospem" para o ar, os segundos cospem para o chão.

1 comentário:

  1. Bom, isto é assim, hades ver que o correio da manhã é uma fonte inesgotável de matéria bruta, pronta a ser delapidada por bloguistas inteligentes e fabulosos como nós!! :)

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