segunda-feira, 26 de julho de 2010

Desabafos: Pobreza na educação

Entro no café, encosto-me ao balcão e espero que quem está do lado de lá me veja, e ao olhar-me nos olhos me pergunte quase sem falar, o que é que eu quero. Avanço sempre com um sorriso e um bom dia rasgado, através destas duas atitudes demonstro o meu agrado e o meu reconhecimento em ser servida ou atendida, como preferirem. Para além de pensar que já estive do lado de lá e que um sorriso faz toda a diferença, a educação sempre fez parte daquilo que eu sou, e seria impensável ser menos.

Na maior parte das vezes o meu sorriso não tem resposta. Do lado de lá está uma muralha de antipatia que demonstra não ter nascido para aquilo que faz. Compreendo que é uma vida dura, eu sei, senti na pele. É cansativo fisicamente, é desgastante psicologicamente. No entanto, porque é que não respondem ao meu sorriso com um sorriso, ainda que triste ou cansado?

Peço por favor, um café, agradeço muito e facilito os trocos. Ainda assim, nada. Um deserto de reacções, o mesmo movimento mecânico nos clientes seguintes que nem bom dia dizem. Somos transparentes? Somos apenas mais um? Eu gosto de ser diferente, e de fazer a diferença. Gosto de sorrir para os outros, gosto que sorriam para mim.

Será que estamos todos toldados pelas dificuldades nas nossas vidas que não temos tempo de sorrir de volta? Uma vez, num dia muito mau, um velhote sorriu-me e disse, bom dia menina! Que diferença fez!

O sorrir é ser educado, é partilhar alegria, é contagiar o outro. Assim, em vez do free hugs, aderi aos free smiles. Se me virem na rua, sorriam para mim, eu sorrirei de volta, e o dia será muito melhor!

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