terça-feira, 13 de julho de 2010

Whatever...: Verão não tão Azul

Quando tinha perto dos meus saudosos (ou não) 14 anos, congeminei uma daquelas músicas parvas que os adolescentes parvos (olha o pleonasmo fresquinho!) cantam para fazer um figurão (ou uma figurinha), e rezava assim:

Fumo charros, snifo heroína
Quero ser um bom professor de moral
Para ensinar aos putos o sexo oral
Uôô, uôô!!!!


Fumo tanto, bebo tanto
Já não sei o que hei-de fazer
Só sei que a coisa mais linda é amor fazer
Uôô, uôô!!!!

Quando te vejo
Sinto um arrepio na espinha
Mas no fundo o que eu quero é brincar com a tua pilinha
Uôô, uôô!!!!


Estou tão triste, estou tão triste
O meu sentimento é profundo
A única que coisa que sei é que a braguilha é o centro do mundo
(Não preciso de dizer o que é que se segue pois não???)


E era mais ou menos isto, meus senhores (ainda aí estão? Penitência, insónia, ou… ou… não consigo imaginar mais razão nenhuma)!

Agora imaginem 5 ou 6 miúdas com 14/15 anos, vozinhas de cana rachada/Teresa Salgueiro, acompanhadas por uma viola assassinada (tocada ultrapassava a categoria do eufemismo, e sim era eu a autora do crime), no meio da praia em pleno Agosto… Ainda hoje não vivo bem com o remorso/vergonha, para mais agora que vejo as coisas com olhos de ver (magnífica expressão). Vamos então escrutinar (diria esmiuçar mas não estamos em prime-time) o relatado:

1) Posso dizer que com esta idade ainda o chamado Ambipur do Sudoeste não me tinha passado pelas vias respiratórias. Será então desnecessário adiantar que heroína para mim só a Sheera (não me digam que não se lembram? Vide RTP Memória ou Colecções Planeta Agostinni). Quanto ao professor de moral, ainda sou do tempo que crucifixos na escola não eram coisa do Demo…

2) Mais do mesmo, uma série de lugares-comuns, a exaltação (que até seria grandiosa não fosse tão mal amanhada/credível) de uma séria de coisas sobre as quais não fazia puto de ideia. Qualquer semelhança com um programa eleitoral não é pura coincidência…

3) Palmas para mim! Que inspiração, que veia! Que extraordinária imbecilidade! Esta estrofe para além duma métrica de bradar aos céus, denota a minha maturidade artística em todo o seu esplendor (“…pilinha…” alguém que não o Quim Barreiros usaria este termo?)

4) Bem, tipo, isto é assim, porque derivado ao coiso do coiso, tipo… Esqueçam, não há justificação possível. Minha culpa, minha tão grande culpa (sim, estou a bater no peito com semblante carregado).

E é isto, caríssimos. Uma quinzena de anos passada e para além de me auto-flagelar, pouco mais aprendi (já passei a negação, é alguma coisa. Para uma sportinguista, é muita coisa, acreditem).

Seja como for a esperança é a última a morrer! A não ser que criem alguma moldura penal para o terrorismo literário. Mas se houver justiça neste Mundo, a Margarida Rebelo Pinto bate lá com os costados primeiro!

4 comentários:

  1. haha! acho que vou roubar a letra :)

    novo post em

    http://forcanamaionese.blogspot.com

    beijos***

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  2. Despre mine
    Tenho esta estranha pretensão de que aquilo que escrevo pode suscitar algum interesse...

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  3. só queres 2 minutos és muito pouco exigente
    ó tu que de moral
    querias sexo oral
    aqui o maionese também tem variante
    já não é mau
    é tão fácil de seguir
    haha! (acho que vou roubar a letra) o resto :)

    novo post em

    http://forcanamaionese.blogspot.com

    beijos***

    pois quando tinhas 14 eras
    o texto é longo para leituras de 2 minutos
    qual é o ponto forte
    além do poema?будут отправлены
    isso é tudo muito bonito, mas acho que não vi aquilo que querias partilhar comigo ou outros. Existe uma barreira para além da escrita onírica que divide entre o quase incompreensível e o ruído completo
    адресу isto é ruido
    o resto é....
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  4. Verde, eu não sei se quero comentar... :P Já comentando...!

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