sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Um recadinho

Quero só deixar um recadinho para o FMI e todo o modelo económico capitalista que tende a permanecer no nosso país: vão-se encher de cocó. Numa era em que a vitalidade económica do país se mede mais pelo que se diz do que pelo que se faz, algo está errado na xafarica. Por um lado temos a estrangeirada que nos acha pouco produtivos (com razão) e pouco fléxiveis no mercado de trabalho (eu aí diria que o problema é outro: o encontrar emprego pelos conhecimentos que se tem e não pelas qualidades e capacidades); e por outro temos aquela classe que nos governa, esses, os políticos.

Não querendo ser azeda, devo explicar que, apesar de nunca ter tido cor política (considero-me apartidária por não existir nenhum partido que jogue com o meu), tinha a secreta esperança de que quem lá estava saberia o que andava a fazer. Esta minha ingenuidade acabou quando comecei a pensar melhor nas coisas e quando me tornei num peão no mercado de trabalho.

Hoje penso muito na despesa pública, mais do que devia. Serão reais aqueles e-mails que às vezes recebemos com indicações sobre salários absurdos, reformas pornográficas e regalias escandalosas? Será? De vez em quando sopra qualquer coisinha nos media, mas rapidamente desvanece como se alguém pegasse no jornal e com o ajax fosse limpar janelinhas.

Como diria o outro, e o povo pah? A ser verdade, o povo cala e consente? Continuamos a ser um povo de brandos costumes? Creio que nos falta estrutura, a nível do povo. Estrutura organizativa. Se somos tão bons a organizar o maior bolo do que quer que seja para entrar no Guiness, não conseguimos uma estrutura pública, não politizada para abalar a estrutura política? Deixei de acreditar nos políticos, mas não quero deixar de acreditar nos portugueses.

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