quinta-feira, 29 de julho de 2010

Desabafos: Até que o Contrato Expire?

Artigo 1672.º: Os cônjuges estão reciprocamente vinculados pelos deveres de respeito, fidelidade, coabitação, cooperação e assistência (Redacção do Dec.-Lei nº 496/77, de 25-11)
           
- Código Civil 2008 




Romântico, não? Estão a imaginar corações, borboletas, um belo pôr do sol, duas taças de champagne e afins ao ler esta frase? Não? Ufa, que alívio! Pois é, mas do ponto de vista causídico, é isto o casamento. Um contrato assinado por duas partes. Pois aqui está o busílis das questão: as duas partes (e não estou a falar das "partes" usadas para embaciar vidros de automóveis em locais recônditos, lá chegaremos).




Dizem que os Homens são de Marte e as Mulheres são de Vénus. Para vosso espanto, nunca estive em nenhum desses planetas, portanto não estou em posição de aferir a veracidade da coisa. Quando me cruzar com alguém que já lá tenha estado, e não tenha passado férias recentemente no Miguel Bombarda ou outro estabelecimento congénere, prometo esclarecer a questão.

Criaturas diferentes que somos (estão a abanar a cabeça afirmativamente, certo?), não raras vezes as opiniões dos dois sexos são discordantes. E parece-me a mim que a interpretação relativamente aos deveres matrimoniais acima descritos é um desses casos. Ora vejamos:

                                                     ELE

"Eu respeito que tu estejas de tal forma chateada comigo que me estejas a visualizar à frente de um pelotão de fuzilamento, por isso vou ver ler o jornal e beber uma jola para longe de ti ignorando respeitosamente as tuas trombas."

"Eu respeito o laço único que existe entre mãe e filhos, por isso vou manter o rabo respeitosamente colado ao sofá, enquanto tu vais ver poque é que os putos estão a berrar um com o outro como se não houvesse amanhã!"

                                                                     ELA

"Eu respeito o teu gosto para gravatas que parecem um estofo de sofá dos anos 80, por isso é que expresso a minha opinião respeitosamente, com um olhar de censura que faria chorar um PIDE."

"Eu respeito que tu não tenhas paciência para ver a trigésima quarta reposição do Sexo e a Cidade comigo, por isso vou deitar-me respeitosamente a teu lado e fazer a minha melhor imitação de uma arca frigorífica."


                                                          ELE

" Sou tão fiel, tão fiel que após apurada e exaustiva análise do último número da MaxMen, continuo casado contigo!"

" Sou tão fiel, tão fiel que quando passou aquela loiraça, peito 38, piercing no umbigo e tatuagem no tornozelo esquerdo, eu nem reparei nela!"

                                                            ELA

" Sou tão fiel, tão fiel que vou ver o próximo filme do Brad Pitt, e desta vez vou tentar prestar atenção às qualidades interpretativas do Semi- Deus, quero eu dizer, actor."

" Sou tão fiel, tão fiel que a próxima vez que assistirmos a um concerto do David Fonseca vou fazer o esforço de concentração sobre-humano de apreciar a música!"


                                                              ELE

" Adoro viver contigo! E com as tuas malas que se multiplicam como cogumelos, com os teus sapatos, com as tuas revistas, os teus 537 pares de brincos, pulseiras e todo o lixo a que tu chamas bijutaria. Já para não falar da tua generosidade em partilhares 7% do guarda-vestidos comigo. Adoro viver contigo!"

                                                                ELA 

" Adoro viver contigo! E com a tampa da sanita para cima. E com a tua impossibilidade de colocares o rolo de papel higiénico no suporte (fica muito melhor em cima do autoclismo). E com a erudita melodia com que me presenteias ao adormecer (já esclareci os vizinhos que, ao contrário do que possa parecer, não adoptámos nenhum animal da Amazónia). Adoro viver contigo!"


                                                                  ELE

Cooperar: não atrapalhar; desviar o percurso da actividade para a qual estou a ser intimado; o seu a seu dono, isto é, "tu tens tanto jeitinho querida!"; em último caso fingir-se de morto.

                                                                   ELA

Cooperar: atribuir ao conjuge tarefas de forma Hitleriana; cronometrar a execução dos trabalhos, sendo que o dito ou cumpre o timing porque fez tudo à toa,  ou arrastou a coisa propositadamente; encontrar defeitos de forma obssessiva no trabalho executado até ele atirar com a vassoura pelo ar, e ela vociferar " Deixa estar que eu faço isso!"



Este fui conferir este ao Código, por via das dúvidas: O dever de assistência compreende a obrigação de prestar alimentos e a de contribuir para os encargos da vida familiar. Isto é, dinheiro, guita, graveto, el contado, la pasta... Ok, acho que já perceberam a ideia.

                                                                   ELE

"Porque é que eu tenho de te consultar antes de gastar o subsídio de férias num cadeirão com  frigoríco incorporado? O dinheiro é meu!"

                                                                    ELA

"Porque é que eu tenho de te consultar antes de gastar o subsídio de férias  numas sandálias azul turquesa que combinam com os meus óculos de sol novos? O dinheiro é meu!"



Em primeiro lugar, relendo o que acabei de escrever se calhar não somos assim tão diferentes, seremos duas faces da mesma moeda?



Em segundo lugar, não vos parece que falta aqui qualquer coisa? O Amor? Fazer o Amor? Espalhar o Amor? Tenho para mim, rapariga antiquada, que casamento sem amor é como cerveja morta! E nós não gostamos de cerveja morta, correcto? O resto, os ditos deveres vêm no pacote, correcto? Tipo amendoíns, tremoços, camarões, caracóis...

Concluindo e resumindo, procurem a vossa imperial fresquinha e mantenham o gás. Certamente vão encontrar cervejas quentes e mortas pelo caminho. Daquelas que dão umas ressacas diabólicas e deixam a boca a saber a papel de música. Mas quando descobrirem aquela estupidamente gelada, não a deixem morrer. Eu tento fazer por isso e não me tenho dado mal!

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Porque é que o Pedro Rolo Duarte devia falar do nosso Blog? Sanita Portuguesa vs Sanita Germânica

Não sei se algum de vós fez, recentemente, o seu cócó na Alemanha, mas eu fiz e gostaria de tecer algumas considerações que considero pertinentes. Isto porquê? Porque a sanita neste país (assim como na Áustria) é uma sanita diferente. Se a sanita em Portugal tem a forma de funil, ou seja, a parte da água está lá em baixo no centro, lá fora, a retrete tem uma forma diferente. No centro temos parte de porcelana, tipo degrau, e o buraco com a água, por onde tudo é levado para a Terra do Cócó, é à frente, ou seja por dentro mais perto de onde ficam as pernas. Como sei que é um pouco difícil de imaginar, creio que é mais fácil explicar com exemplos práticos. Ora bem, quando nos dá aquela vontade de libertação, pegamos no jornal e cá vamos em direcção ao trono. Sentamo-nos e lá começamos a montar o presépio. Na sanita portuguesa, ao nos levantarmos para contemplar orgulhosamente o tamanho e/ou qualidade da poia, vemos que ela está lá em baixo, já meio submergida, o que convenhamos, não é a forma mais fácil de classificar o verdadeiro tamanho do braço que deixámos para trás. No entanto, na sanita germânica, quando nos viramos para observar o Sr. Castanho, podemos vê-lo logo ali, brilhante e vigoroso, com aquele ar de "hei cariño, estoy pronto para seguir mi camiño". Puxamos o autoclismo e lá vai ele, qual aquaparque, escorregando até ao portal da outra dimensão. No entanto existem problemas com esta cloaca. Imaginemos que estamos presos há algum tempo. Comemos muita fibra, não bebemos café, temos um barriga mais hirta porque o reciclado de comida está preso algures cá dentro. Quando finalmente conseguimos convencê-lo a separar-se de nós, vemos que é enorme. Daqueles que a meio caminho contemos o nalguedo para que ele possa sair inteiro. Na nossa pia usual o que vemos? Metade dentro de água e a cabeça no horizonte da tampa. Na privada alemã, se existe logo ali um "degrau" teremos de nos ir levantando à medida que a maçaroca biológica vai saíndo. E isto não é assim lá muito cómodo... Principalmente se tiver uns metros. No entanto vale a pena. Agora, quanto à pintura à pistola não me perguntem, o meu intestino funciona muito bem, apesar do flátulo frequente.

Críticas: Em busca do Sudoeste Perdido...

"Sudoeste: Vens Ver ou Vens Viver?"
- Slogan de 2010




   
Eu sou viciada em concertos. Admito o vício, abraço o vício, e tento alimentá-lo sempre que a qualidade das propostas em cartaz, e os dígitos do talão do ATM me permitem. Não estou em negação e não procuro reabilitação. A minha ideia de uma saída perfeita envolve necessariamente: o meu marido, um bom concerto e cerveja estupidamente gelada.





Tive a sorte do boom dos concertos em Portugal, terem coincidido com a assinatura da minha carta de alforria a.k.a. 18 anos. Tive também a sorte de ter um amigo que me possibilitou a entrada pela porta do cavalo em vários concertos que não se enquadravam no orçamento de uma universitária. Obrigada, Amigo!






E assim chegamos ao Verão de 1999, Paleolítico de Cima, o meu primeiro Sudoeste. Música, música, música! Cerveja, sol, mar, quatro noites sem dormir, casas de banhos com um índice de radioactividade superior a Chernobyl, quantidades de pó capazes de estancar uma hemorragia. O que é que se pode querer mais? Desde 2003 que não falho um Sudoeste, são 4 dias por ano em que me permito ter 18 anos outra vez. E era, até a um passado relativamente recente, sinónimo de muita e boa música.


O Sudoeste já não é o que era (já ouvi tanta gente dizer isto que já me soa a frase feita)! Passo a explicar:





Morangos com Açúcar: não perceberam a referência? A primeira vez que fui à Herdade da Casa Branca tinha 18 anos e era seguramente das mais novas. Pois é, hoje em dia qualquer diferença entre a fila para o casting do épico seriado da TVI e a fila para as pulseiras do festival, é pura coincidência. A não ser que eu esteja na fila para desiquilibrar o escalão etário. Será fácil identificar-me: mais velha, sem maquilhagem e sandálias de cunha de 12 cm (claramente o calçado ideal para um solo à la cordilheira do andes)







Feira Popular/Colombo, isto é, o Recinto: pois é isto, meus amigos. O que começou por ser um terreno com um palco no fundo, barracas de cerveja dos lados, umas bancas de bugigangas no meio, é agora um cruzamento entre um parque de diversões e um centro comercial, com uma qualquer música de fundo. Uma roda gigante, meus amigos? E se fosse só isso: no dia em que vi o símbolo da McDonald´s no recinto de festival, houve algo em mim que morreu...


Cartaz: Deixei para o fim, a mesma atitude da organização, curiosamente. Sim, agora vão mais bandas, há mais palcos, mais diversidade de estilo. E então? Tinham de prescindir da qualidade em benefício da quantidade. Aparentemente. Vamos analisar os cabeças de cartaz deste ano: 




Groove Armada

Terceira vez no Sudoeste, o último álbum é de 2007, e foi um best of;









Jamiroquai

Segunda vez no Sudoeste, o último álbum é de 2006, e foi um best of (será que encontrei um padrão?)








Massive Attack

Vigésima nona vez em Portugal, terceira vez no Sudoeste,  e um karma pessoal. Não gosto do som mas esbarro com eles em 95% dos festivais a que vou.







Mika

Contratar o Mika para o Sudoeste é como contratar o Carlos Queirós para seleccionador nacional. E mais não digo...






Concluindo e resumindo, eu vou ao Sudoeste este ano. Tirem lá esse ar de espanto, quem é que não quer ter dezoito anos outra vez? Ao slogan do Sudoeste deste ano, respondo: vou viver. Mas gostava de ficar mais entusiasmada com o que vou ouvir...














Whatever...: Asteróide poderá colidir com a Terra em 2182

De acordo com as últimas notícias, um asteróide potencialmente destrutivo vai atingir o nosso Planeta em 2182. Será que devo começar a ficar preocupada? Ou será que lá para 2120 é que devo começar a pensar nisso?

Críticas: Viagens, aviões e afins.

Quero começar por dizer que adoro viajar. Principalmente de avião. Gosto muito do ar casual mas evoluído com que ficamos de passaporte na mão. Com um ar blazê carregamos a nossa malinha de dimensões pré-estabelecidas e lá vamos nós no nosso calçado confortável.

O problema começa quando entramos no aeroporto. Daí até sairmos no destino, ainda que próximo, vão passar horas. Sim, mesmo que seja uma viagem para Madrid, por exemplo. Mal chegamos vamos beber o cafézinho da ordem, porque se vamos sair de Portugal, precisamos de sentir nos lábios o doce sabor do nosso expresso. Largamos logo uns 2€ e já ficamos a arder.

A caminho do check-in paramos na papelaria para levar os últimos cochichos em português. E no check-in, se tivermos sorte é rápido e indolor. Quais robots, seguimos bem comportados para a parte da segurança, em que temos de retirar tudo dos bolsos, o cinto, o casaco... Como sou uma pessoa que não gosta de grandes esperas e muito menos de incomodar o próximo, enquanto estou na fila começo o meu strip: lá vai cinto, lá vão casacos...

E quando estamos quase, o míudo à nossa frente percebe que tem de esvaziar os bolsos. Mesmo depois de passar por vários letreiros, com desenhos e em várias línguas! Com a lentidão característica da sua juventude e também com grande patetice, retira as inúmeras moedas dos bolsos e de imediato começa uma chuva, e as ditas espalham-se rapidamente pelo chão. Com o cabelo desgrenhado nos olhos apanha as moedas uma a uma, muito lentamente, e nós assistimos serenamente. Afinal estamos no aeroporto e somos pessoas de bem porque vamos viajar...

Coloco tudo no tabuleiro, ouvimos as últimas palavras simpáticas do segurança, porque o Português é assim e avançamos pelo "ti-no-ni". Desta vez não apitei, tenho ordem de marcha. E como chegámos duas horas antes, conforme aconselhado, ficamos agora a ver os free shops e as very expensive shops do aeroporto.

É uma verdadeira seca. E atenção, se voarem em low-cost, preparem-se para atrasos e para se sentirem como num autocarro com asas. Não há lugares marcados e é cada um por si.

Quando finalmente temos ordem para entrar no avião (já fazem 3h desde que saímos de casa), formam-se filas imperceptíveis. Para já dizem sempre que as crianças têm prioridade, mas eu vejo sempre homens feitos a correr para lá. Se calhar ainda são novos, ou lidam mal com a sua criança interior...

Dentro do avião, se tivermos o azar de estar no fim do aparelho, temos de esperar em pé que todos arrumem as suas malas. E fazem-no com grande empenho e paciência, pelo menos a avaliar pelo tempo que demoram.

Quando nos sentamos já estamos exaustos... Mas vamos de férias, vamos viajar e vamos de avião, o que é uma espécie de modernismo histérico encapotado pelo nosso ar blazê. Umas horas no ar e estamos perto do destino.

Se tiverem o azar de viajar numa companhia espanhola, preparem-se para as caras simpáticas das assistentes de bordo (not...) e também para não perceber nada. Falam espanhol muito rápido, e quando falam inglês nós concluímos que deverá ser um dialecto da Amazónia, pelo enrolar da língua...

E de repente, temos o alerta para aterrar: cintos colocados, aparelhos desligados e, espera, a rapariga da frente está a tirar fotografias? Acabaram de dizer em várias línguas que os aparelhos eléctricos têm de estar desligados! Ela quer que isto entre tudo em curto-circuito, só pode! O pior é que em todos os voos que faço há sempre um artista a tirar fotos...

Aterrámos! Sempre aquela sensação de estômago perdido algures no novo espaço aéreo. Mal as rodas batem no chão, e apesar dos alertas para não ligar os telemóveis até sairmos do avião, começamos a ouvir os "ti-ti-ti-ti" das mensagens. Ah, e claro os "tshk" dos cintos que deveriam permanecer apertados até que o sinal se desligasse. Aconselho vivamente a quem se sentar nos lugares de corredor a usar um capacete. É neste momento que começam a tirar as malas de lá de cima e nunca se sabe se não vai cair um mega toblerone.

Meia hora para conseguir alcançar a mala e sair do avião... E quilómetros até alcançarmos a recolha de bagagens. Ultimamente é a parte que me têm corrido melhor. Encontro sempre a minha mala e faço uma prece de joelhos perto dela.

Finalmente podemos passar as portas que nos ligam de volta à terra. Passamos pelas portas como se fosse um portal para outra dimensão... É a dimensão das férias! Chegámos!

terça-feira, 27 de julho de 2010

Querida Dr.ª Rute: Conselhos para uma alimentação equilibrada

Todas as mulheres deveriam de ter dois pratos, um de peixe e um de carne. O prato de peixe seria aquele mais meiguinho, mais atencioso, que nos faz falta quando nos estamos a sentir carentes e precisamos de uns mimos. O prato de carne é diferente, é mais saboroso, mais picante, e mais satisfatório! É aquele prato que temos de comer para nos sentirmos fisicamente arrebatadas! O prato de carne é aquele que deve de ser comido semanal ou quinzenalmente, porque de rotinas estamos nós fartas, por parte do peixe!

A distância temporal faz aumentar o apetite, assim como uma ementa apenas baseada em pratos de peixe... Assim sendo e para equilibrar a nossa dieta, creio que temos de diversificar a nossa alimentação!

Diz-se que o peixe é mais saudável do que a carne, no entanto, creio que será como comer um doce quando estamos de dieta, reprovamos, sabemos que não devemos, mas acabamos por comer. E, por vezes, ficamos com remorsos, porque nos soube muito bem, mas existem consequências. Por vezes os pratos de carne são mais dificeís de digerir e andamos dias com o estómago a remoer.

É assim com certos homens, sabemos que é melhor que nada aconteça, que é um erro nos envolvermos, mas acabamos por cair na tentação da carne. Dizem que o melhor será comer golfinho, que é meio carne e meio peixe...

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Desabafos: Pobreza na educação

Entro no café, encosto-me ao balcão e espero que quem está do lado de lá me veja, e ao olhar-me nos olhos me pergunte quase sem falar, o que é que eu quero. Avanço sempre com um sorriso e um bom dia rasgado, através destas duas atitudes demonstro o meu agrado e o meu reconhecimento em ser servida ou atendida, como preferirem. Para além de pensar que já estive do lado de lá e que um sorriso faz toda a diferença, a educação sempre fez parte daquilo que eu sou, e seria impensável ser menos.

Na maior parte das vezes o meu sorriso não tem resposta. Do lado de lá está uma muralha de antipatia que demonstra não ter nascido para aquilo que faz. Compreendo que é uma vida dura, eu sei, senti na pele. É cansativo fisicamente, é desgastante psicologicamente. No entanto, porque é que não respondem ao meu sorriso com um sorriso, ainda que triste ou cansado?

Peço por favor, um café, agradeço muito e facilito os trocos. Ainda assim, nada. Um deserto de reacções, o mesmo movimento mecânico nos clientes seguintes que nem bom dia dizem. Somos transparentes? Somos apenas mais um? Eu gosto de ser diferente, e de fazer a diferença. Gosto de sorrir para os outros, gosto que sorriam para mim.

Será que estamos todos toldados pelas dificuldades nas nossas vidas que não temos tempo de sorrir de volta? Uma vez, num dia muito mau, um velhote sorriu-me e disse, bom dia menina! Que diferença fez!

O sorrir é ser educado, é partilhar alegria, é contagiar o outro. Assim, em vez do free hugs, aderi aos free smiles. Se me virem na rua, sorriam para mim, eu sorrirei de volta, e o dia será muito melhor!

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Críticas: Não-Jornal em Portugal

Sei que é conhecida a minha opinião sobre o Correio da Manhã. Não me quero repetir e aborrecer as 3 pessoas que me lêm. Sim, são os outros três que aqui escrevem para além de mim. E mesmo esses, às vezes limitam-se a abanar a cabeça de forma desconsolada quando pergunto se gostaram. Adiante.

Mas para que não haja sombra de dúvida: o Correio da Manhã não é um jornal. É um Correio da Manhã. Tal como o José Castelo-Branco não é um homem, é um Castelo-Branco. E a Luciana Abreu não é um ser vivo racional, é uma Luciana Abreu. E poderia continuar eternamente, mas não me dá jeito que tenho o almoço ao lume.

Partindo deste princípio, hoje decidi dar uma vista de olhos na página do CM. O CM on-line perde a infíma utilidade que lhe posso reconhecer no formato papel, isto é, um substituto de último recurso do papel higiénico. E nem essa função cumpre eficazmente: não só a textura não é de todo a mais favorável, como corremos o sério risco de ficar com uma espécie de tatugem da ex-mulher do Beto a.k.a. Filipa de Castro na nalga esquerda.

Posto isto, apresento-vos um resumo daquilo que me saltou à vista, ou melhor, do que me ia vazando a vista:



Nacional


Assassinada após cinco queixas 

‘Rei do Bacalhau’ morto pelo filho

“Estou à espera para matar-vos a todos”

Serial killer faz crimes em nome da vítima


Isto são quatro títulos de quatro notícias distintas de uma única edição! Digamos que o CM é uma espécie de cabidela de letras. Demasiado avinagrada, e indubitavelmente indigesta. 

A acrescentar, ainda somos brindados com um Mapa de Mortes Violentas: saiba quem, como e quando se finaram os últimos "presuntos" da sua cidade. Se duvidarem: http://www.cmjornal.xl.pt/mortes-violentas



Internacional


Aqui tenho de destacar uma rubrica denominada Insólito. Pode parecer um pleonasmo, mas são pérolas que ilustram a estupidez humana em todo o seu esplendor, pelo que não necessitam de comentários. Um produto deste calibre tem de ser servido como um bom whisky: simples, sem gelo.


Elvis Presley: Instrumentos da autópsia a leilão           

Apresentadora acaba no hospital após engolir mosquito 

Burro voa em páraquedas

Polícia com chifres de veado na moto



Desporto


Pára tudo. O CM tem uma rubrica na secção de Desporto denominada singelamente Planeta Ronaldo. Planeta Ronaldo? Planeta Ronaldo! Com este tipo de tratamento será díficil entender que o Melhor do Mundo, "pense que" é a melhor invenção depois da roda? Não me parece.

Na prática a existência desta rubrica no CM implica que todos os dias, impreterivelmente, serão publicadas notícias, ou melhor não-notícias sobre CR7. Isto é um desafio épico para qualquer jornalista, ou melhor, uma tortura medieval.





Vidas

Bem-vindos ao mundo dos Cláudios Ramos, Danieís Nascimentos, Carlos Castros, Mayas e afins.

O mundo onde pululam os modelos/actores, as Qualquer Coisa Jardim/R.P's, as pré-operatório/pós-operatório, os jogadores de futebol/ coleccionadores de silicone, as mulheres de jogadores de futebol/empresárias, as ex-mulheres de jogadores de futebol/capas de revistas masculinas, e transgénicos afins.


Sempre com imensos projectos em carteira (que nunca deixam de ser projectos), sempre apaixonados/as definitivamente (ou separados/as recentemente). Estas criaturas têm por norma uma esperança de vida reduzida, mas para nosso infortúnio, multiplicam-se mais depressa que os filhos da Angelina Jolie.

Podia continuar a destilar veneno, aliás, a analisar o tema, mas acho que todo o tempo de antena atribuído a estas criaturas é demais. Haja croquetes!



Para terminar e para vos deprimir deixo-vos com a seguinte informação: o Correio da Manhã é líder destacado de vendas com mais 8817 jornais vendidos por dia.

Ai Portugal, Portugal...

terça-feira, 20 de julho de 2010

Críticas: Candidatos-Pescada

"O bagaço devia ter as mesmas isenções fiscais que as energias renováveis. O povo acorda cansado, bebe bagaço e fica com as baterias carregadas. É como uma central foto voltaica quando recebe de manhã os primeiros raios de Sol."



Manuel João Vieira a.k.a. Candidato Vieira.
 
O pusilânime Candidato Vieira contra-ataca e já começou a brindar-nos com inefáveis pérolas que muita falta nos farão, se a sua candidatura não chegar a bom porto.
 
Tristemente prevejo que assim seja. Não é que tenho capacidades mayescas ou Prof. Bambooescas. No entanto, identifico um padrão entre os candidatos, mais propriamente nos nomes, no qual o vocalista dos Ena Pá 2000 não se insere.
 
Ora vejamos:                                        
 
 
 
 Manuel Alegre
 
Sim, Alegre. Temos um candidato Alegre. Não estão Alegres? Eu não. Nada mesmo.
 
"A minha candidatura é supra-partidária mas não é neutra." O que é que isto quer dizer? Vou tentar traduzir: "Não me colem ao Sócrates que não dá jeito nenhum, mas o apoio do PS vai dar um jeitaço!"
 
O nosso candidato já tinha idade para sair do armário, não? Eu sei que não lhe deve ser fácil assumir-se, mas ser socialista já não acarreta o estigma doutros tempos. Coragem, camarada Alegre!
 
 
                                                                 
 
 
 
Fernando Nobre
 
Nobre é melhor que Alegre. Sem dúvida que gostaríamos de um Chefe de Estado Nobre, certo? Certo. E ainda por cima médico, que é coisa para meter respeito, certo? Certo.
 
"Fernando Nobre compara situação de Portugal a uma hérnia estrangulada". Bom, diagnóstico já temosA causa da maleita que me tem apoquentado, e curiosamente ao resto do País, está encontrada.

E agora, Xôtor Nobre? Acha que isto vai lá com uma medicaçãozinha ou teremos de ir à faca?
 
Estará na hora de pôr o País de baixa?
 
 
 

                                                           
 

Defensor de Moura

Para esclarecer alguém menos informado, que tenha estado encarcerado numa solitária nos últimos anos, ou seja a Luciana Abreu, o senhor da direita é o nosso primeiro-ministro. O senhor da esquerda é então o mais recente candidato, pelo que ainda tenho pouco material, mas...

"O meu eleitorado é bem diferente (...)ficou desprotegido com a captura de Manuel Alegre pelo Bloco de Esquerda.(...) Na segunda volta, apoiarei o candidato que estiver em melhores condições para derrotar a direita".

Cá está... Um verdadeiro Defensor. Defensor do seu eleitorado (que eu ainda não consegui perceber qual é). Defensor daqueles que iam votar no Candidato Alegre, e já não vão porque aparentemente Francisco Louçã o mantêm em cativeiro. Defensor de quem tem medo que o actual Presidente ganhe (alguém ainda acredita no contrário?).

E Defensor desta que vos escreve, porque após estas declarações não há qualquer hipótese de me equivocar e lhe dar o meu voto.



Concluindo, os supra referenciados candidatos, como diria a minha avó, "antes de o ser já o eram". E para mim, encontrar um paralelismo entre candidatos presidenciais e a pescada, não é bom prenúncio. Digo mais, a campanha ainda não começou, "e isto já cheira mal..."


Nota: Caso tenham estranhado o facto de não ter enunciado o Sr. Silva (como lhe chama o Alberto João quando não estão de amores), a candidatura ainda não é oficial. Todos nós sabemos que não há nada que faça as delícias do nosso Presidente, como um tabu fresquinho. A seguir ao bolo-rei...

segunda-feira, 19 de julho de 2010

O inimigo público em pobrezinho: Verdura é Cultura

Sete mercados portugueses estão em vias de ser classificados pelo ministério como património da Cultura.


Foram ainda anunciadas as candidaturas da Charcutaria da D. Celeste e do Talho Paga Pouco pelos seus contributos comprovados ao país.

Já proclamada como Património Nacional foi a Roulotte Courato’s King, que será celebrada com a construção de um monumento ao Colesterol Lusitano. A presença de Fernando Mendes está confirmada para a inauguração.

Críticas: SBSR, o último dia...

Caros leitores, acabei de regressar do último dia do Festival SBSR. É a fase de balanço, mas antes vou dar o meu lamiré sobre o dia de hoje.

Apesar de fazer o mesmo horário de saída de casa, em vez de uma hora, demorámos 2 horas! Sim, duas! Não sei se o Prince tem ouro porque aquilo encheu, e à saída estavam carros estacionados em locais bastante artistícos, diga-se, e longe como um raio!

O único concerto que queria ver hoje era o de John Butler Trio. Era o último do palco secundário, podia ter dado umas belas guitarradas até às tantas, mas não. De acordo com o próprio, e quando eu achava que aquilo ainda estava a aquecer, deviam estar quase a terminar porque iamos ver Prince, e esse senhor é o "king". Pois eu por mim até pode ser king size, mas eu tinha ido ver o John!

O John lançou agora um albúm recentemente - April Uprise - e desse apenas tocou duas músicas que correspondem aos singles já lançados "One way road" e "Close to you". Fiquei triste, achei pouco e queria mais, apesar dele ter tocado a "Ocean", se não conhecem, procurem no youtube, prometo que não se arrependem.

Resta-me deixar-vos uma foto dele há dois anos no Alive, quando o encontrámos em pleno recinto, depois de um concerto fabuloso:

Chateada com ele, e bastante cansada dos três dias de Festival, virei-lhe costas na última música e a caminho da saída vi um pouco do Prince, king do ouro. Não sei o que é que o Prince tem mas aquilo estava repleto. Senão veja-se, canta uma música que traduzida é "creme, põe no topo..." ou então "chuva roxa, chuva roxa..." Mas tudo bem, se a malta gosta, long live the prince king!

Em jeito de conclusão, se existir um SBSR Meco para o ano, eu não vou! A não ser que vá algum artista que eu queira desesperadamente ver! É longe, é cansativo, sái caro, está cheio de poeira e é uma desorganização total! E também tem aquele problema que têm todos os festivais, que é malta que vai para lá fazer tudo, menos ver alguém a actuar...

domingo, 18 de julho de 2010

Críticas: SBSR, segundo dia

Patrick Watson regressou num ambiente diferente, desta feita em festival, uma primeira vez para o próprio e sua banda. Patrick, seja numa Aula Magna a meio gás, seja no Meco, entre uns pinheiros, tu tens-me para a vida! É daqueles concertos que me deixam feliz. É verdade, e um aplauso especial para o seu baterista que é dos melhores que já vi.

No palco principal, Hot Chip e Vampire Weekend deram um bom concerto, apesar do som não estar grande coisa. Já o vocalista dos The Strokes, Julian Casablancas, mais valia ter ficado em casa, ou na praia, porque ir ali cantarolar durante uns miseros 50 minutos, tenham dó! Seria o cachet? Se for por isso avisem que a malta atira umas moedinhas... Abençoado Fabricio, outro AVC que formou os Little Joy, o seu projecto paralelo, esse sim, podia ter vindo com essa malta para dar um concerto como deve ser!

sábado, 17 de julho de 2010

Críticas: Reportagem fresquinha sobre o SBSR!

Acabei de chegar do SBSR, e como o nosso blogue é espectacular e extremamente actual, vou já expressar a minha opinião pessoal antes de cair redondamente a dormir.

O espaço onde se realiza o festival é fabuloso. Estamos praticamente no meio de um pinhal, o cheiro que se respira é de natureza e o cenário é realmente fabuloso. Contra: meus caros... Levem máscara, daquelas da Gripe A, e levem uns óculos de natação, porque a poeira é tanta, tanta que eu tenho os olhos maiores que o Poupas neste momento... E nem o lenço festivaleiro ajudou, eu toda me transformei em pó, bem antes de tempo, diga-se.

Ainda associado a esta areia ou poeira, como quiserem chamar, temos um chão completamente dismórfico. Ora sobe, ora desce, ora tem ondinhas, ora tem ramos que nos fazem rasteiras maldosas... Às 19.00h da tarde parecia que todos os presentes já estavam bem bebidos, mas afinal não... Era mesmo da superfície!

O palco principal está no melhor local do recinto para estar um palco principal. A malta minorca (me) pode usufruir de uma ampla vista porque o declive pouco acentuado permite um vislumbre fabuloso! Assim vi Cut Copy que é altamente recomendável.

Tenho uma observação a fazer em relação às casas de banho: papel higiénico? Qualquer dia também temos de puxar o autoclismo, não? É a desconexão completa com o ambiente festivaleiro! Já agora, mais umas quantas casas de banho não faziam mal nenhum, senhores organizadores do festival.

Uns Grizzley Bear algo chatinhos para um ambiente festivaleiro ditaram a hora de ir para casa. E aqui começa a maior crítica à organização deste festival! Primeiro só encontrámos o carro no meio do estacionamento graças à minha visão raio X penetrante (ainda bem que diziam que o parque era bem iluminado; amanhã: levar lanterna); depois, não podemos voltar pelo mesmo caminho que seguimos para chegar ao recinto.

Em vez de um percurso que fazemos em 10 minutos, somos obrigados a fazer outro, bastante maior, em terras cujos nomes nem devem ser pronunciados e que demorou, nada mais, nada menos do que 40 minutos. Ok, podem dizer que não foi assim tanto, mas acreditem em mim quando vos digo que parecia que estávamos a dar a volta pelo Algarve! E perguntam vocês, então e placas? Nada, teve de ser a nossa grandiosa capacidade de orientação a nos salvar, e não nos perdemos uma única vez! É que eu sou geógrafa, tenho um GPS... Em mim!

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Críticas: Paulo Portas defende criação de novo Governo Central

O Deputado Paulo Portas diz que é melhor fazer um Governo de salvação nacional sem o Sócrates. Pah, a maior parte do país também não o grama, mas será que o PP se esqueceu que ainda é o povo que escolhe? Nas urnas? Há um papelinho, onde colocamos uma cruz, está a ver Sr. Deputado? De vez enquanto parece que nós, o povo, somos apenas os espectadores desta novela de mau gosto que resolveram transmitir em Portugal... Onde é que se desliga??

Whatever…: Guerra na praia

Cuidado e muita atenção! Chegámos à fase de maior fluxo de trânsito nas praias deste país! Estamos a ser atacados nos flancos por chapéus, raquetas e geleiras camping gaz! Aconselhamos a utilização de máscaras de gás para os cheiros mais intensos e a criação de muralhas de areia, altamente defensivas numa altura de grande ataque, principalmente dos predadores mais novos! Óculos com vidro inquebrável também são essenciais para não lhe vazarem uma vista com um pau de chapéu, não digam que não avisámos!

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Slogan do momento: Almograve - Alentejo

- Talho de Almograve, você paga, por isso não crave!

- Bar do bigode, toda a noite há pagode!

- No restaurante Mar Azul, você está aqui e pensa que está em Cabul!

- Papelaria Nã tenho, até vende lenços p’ró ranho!

- No Bar do Trifásico só paga quem é básico!

- Restaurante Lavrador, é preciso lá ir com humor…

Desabafos: Casamento?

Em cerca de onze casamentos que fui, cinco já são divórcios, isto em praticamente dez anos. E ainda me perguntam quando é que me caso? O que aconteceu na nossa modernidade? Será que as pessoas perderam o interesse em combater pela sobrevivência da vida em comum? O que é que tem acontecido às últimas gerações que permitiu que chegássemos aqui? Serão as pessoas precipitadas? Ou são-no porque sabem que o casa-descasa é simples, barato e pode dar milhões?

O que eu ainda acho mais graça é recordar-me da pompa de alguns dos casamentos. Rios de dinheiro em vestimentas, flores, igrejas e por aí fora. Luas-de-mel paradisíacas, dignas de mais uns quantos euros e passado um tempo, às vezes muito pouco, olha, não deu!

“Diferenças irreconciliáveis” passa a ser o termo bonito para “não te posso ver à frente nem pintado de vermelho, e sou benfiquista”; “Tínhamos diferentes perspectivas de futuro” para “arranjei uma mais nova”; “Desentendíamo-nos com facilidade” para “aquilo era uma gritaria que uma vez a vizinha até chamou a polícia”.

E assim, todos os votos, as promessas de vida futura, os corações, as coisas boas, voam. Voam tão rapidamente que ninguém à volta vê, e depois são apanhados de surpresa e nem querem acreditar que aquele casamento prodigioso, que funcionava tão bem, pelo menos no campo das aparências, terminou.

Assim anda a nossa sociedade, numa crise relacional anterior à financeira, que aliás poderá evitar a celebração de mais uns quantos casamentos que daqui a uns anos dão em nada…

Cromos não necessariamente da Bola:Toma um destes que isso passa, filho!

A D. Adozinda das Dores, embora seja dona de uma provecta idade, tem uma língua digna duma “actriz” (e sublinho as aspas) da geração Morangos com Açucar.

O seu dia-a-dia divide-se pelo seguinte:

  • A visita fatídica ao centro de saúde “não há um dia que os meus achaques me dêem descanso”
  • A lida da casa “sim, que eu não sou como a minha nora que além de badalhoca, não larga a porcaria da bimba ou da bimbe, ou o que é lá isso!”
  • A TVI- os programas do Manuel Luís e da Júlia, fontes de infindável saber dogmático, e tenho para mim causa de alguma surdez que tem assolado a D. Adozinda. Somando-se a isto as maratonas de novelas diárias “que tem dias que nem vou à cama para não perder pitada”
D. Adozinda está perfeitamente convencida que tudo na vida tem remédio “tudo menos a morte, minha menina”. Assim, vai prescrevendo medicamentos a tudo e a todos, crente de ser capaz de curar todas as maleitas do mundo e arredores.

Aqui vai o primeiro dos seus receituários:

Toma um destes que isso passa, filho!

Meus queridos, hoje encontro-me apoquentada!


Esta gente só sabe dizer mal! Tudo cai em cima do meu Carlinhos Queirós, que me parece tão bom moço. Até anda com má cara. Eu se fosse mãezinha dele, havia de lhe dar um Lorenin, para arribar. O meu Albano diz que o problema dele é que é bom olheiro, mas como está sempre sentado no banco desde que veio do estrangeiro, o olho que funciona está em privação. A modos que não percebi, mas adiante.

E o meu Papazinho, coitadinho. Não dão descanso ao pobre de Deus! Cima abaixo, cima abaixo, cima abaixo… Parece que anda a fazer a Volta ao Mundo em 80 dias, como no filme. Já não são coisas para gente da nossa idade. Ele havia de tomar um daqueles amarelinhos, que eu encontrei na mochila do meu Carlos Miguel. Quando os tomo passo a casinha toda a pano em menos de nada. O único problema é que me aparece a Amália na cozinha a cantar o “Povo que lavas no Rio”. Parecendo que não, é coisa para causa para causar um certo transtorno!

Cá para mim, o Sócrates também anda a tomar dos mesmos. Pelo que o homem diz na televisão, ele vê coisas que mais ninguém vê. E sempre com a tacha arreganhada.

Meus meninos, agora deixem-me ir à minha vidinha, que está quase a começar a minha novelazinha. E hoje são cinco de uma assentada! Lá vou eu tomar mais um Lorenin.




terça-feira, 13 de julho de 2010

Whatever...: Verão não tão Azul

Quando tinha perto dos meus saudosos (ou não) 14 anos, congeminei uma daquelas músicas parvas que os adolescentes parvos (olha o pleonasmo fresquinho!) cantam para fazer um figurão (ou uma figurinha), e rezava assim:

Fumo charros, snifo heroína
Quero ser um bom professor de moral
Para ensinar aos putos o sexo oral
Uôô, uôô!!!!


Fumo tanto, bebo tanto
Já não sei o que hei-de fazer
Só sei que a coisa mais linda é amor fazer
Uôô, uôô!!!!

Quando te vejo
Sinto um arrepio na espinha
Mas no fundo o que eu quero é brincar com a tua pilinha
Uôô, uôô!!!!


Estou tão triste, estou tão triste
O meu sentimento é profundo
A única que coisa que sei é que a braguilha é o centro do mundo
(Não preciso de dizer o que é que se segue pois não???)


E era mais ou menos isto, meus senhores (ainda aí estão? Penitência, insónia, ou… ou… não consigo imaginar mais razão nenhuma)!

Agora imaginem 5 ou 6 miúdas com 14/15 anos, vozinhas de cana rachada/Teresa Salgueiro, acompanhadas por uma viola assassinada (tocada ultrapassava a categoria do eufemismo, e sim era eu a autora do crime), no meio da praia em pleno Agosto… Ainda hoje não vivo bem com o remorso/vergonha, para mais agora que vejo as coisas com olhos de ver (magnífica expressão). Vamos então escrutinar (diria esmiuçar mas não estamos em prime-time) o relatado:

1) Posso dizer que com esta idade ainda o chamado Ambipur do Sudoeste não me tinha passado pelas vias respiratórias. Será então desnecessário adiantar que heroína para mim só a Sheera (não me digam que não se lembram? Vide RTP Memória ou Colecções Planeta Agostinni). Quanto ao professor de moral, ainda sou do tempo que crucifixos na escola não eram coisa do Demo…

2) Mais do mesmo, uma série de lugares-comuns, a exaltação (que até seria grandiosa não fosse tão mal amanhada/credível) de uma séria de coisas sobre as quais não fazia puto de ideia. Qualquer semelhança com um programa eleitoral não é pura coincidência…

3) Palmas para mim! Que inspiração, que veia! Que extraordinária imbecilidade! Esta estrofe para além duma métrica de bradar aos céus, denota a minha maturidade artística em todo o seu esplendor (“…pilinha…” alguém que não o Quim Barreiros usaria este termo?)

4) Bem, tipo, isto é assim, porque derivado ao coiso do coiso, tipo… Esqueçam, não há justificação possível. Minha culpa, minha tão grande culpa (sim, estou a bater no peito com semblante carregado).

E é isto, caríssimos. Uma quinzena de anos passada e para além de me auto-flagelar, pouco mais aprendi (já passei a negação, é alguma coisa. Para uma sportinguista, é muita coisa, acreditem).

Seja como for a esperança é a última a morrer! A não ser que criem alguma moldura penal para o terrorismo literário. Mas se houver justiça neste Mundo, a Margarida Rebelo Pinto bate lá com os costados primeiro!

domingo, 11 de julho de 2010

Querida Dr.ª Rute – O que é que o PES tem que eu não tenho?

Minhas queridas leitoras, para além do espaço que a sogra ocupa nas nossas vidas, surgiu, com a revolução electro-tecnológica, uma nova ameaça! Os jogos de futebol em consolas! E para quem acha que o tempo os leva a esquecer tudo, desengane-se! Porque novos jogos são lançados todos os anos com actualizações e melhorias que merecem toda a atenção dos seus fãs.

E nós, mulheres, que já nos fartámos dos sudokus e da novela das 7h, o que vamos fazer? Bom é simples! Não, não vamos fazer aquela tarte especial que ele adora! Não, não vão ter um strip ou uma dança sensual para os chamar à terra! Vamos sim… Desligar os cabos! Isso mesmo, é tempo de uma nova revolução feminina, nada de queimar soutiens! Vamos sim, queimar os cabos das playstations desta vida!

Whatever...: Zone Reality

Se há canal que eu mais adoro, é o Zone Reality! Não há canal que consiga reunir tanta estupidez, imagens nojentas e sangue como aquele! Bom, o Fox Crime está ali, taco a taco! Mas não é a mesma coisa! Não é não! O ZR tem ali mais qualquer coisa, é aquele lado sombrio, oculto e deprimente! Principalmente de madrugada... É o jornal do incrível versão TV!

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Whatever...: Amizade

Amizade é construir coisas em conjunto...

Slogan do momento:Talhos Bacamarte

Talhos Bacamarte, onde o seu bife é uma arte!!

Críticas: We are alive!

Ontem fui ao festival Alive! Vou começar por referir que adoro concertos. Adoro concertos de artistas que gosto. Aquela sensação de viagem, os ritmos a infestarem o nosso corpo e a inevitável vontade de dançar. Não há nada melhor! Mas com algumas condicionantes...

O festival estava cheio, não era de admirar, já viram bem este cartaz? Fabuloso! Finalmente saímos daquela fase obscura da oferta musical em Portugal em que vinha cá um artista importante por verão ao estádio de Alvalade. Temos muita oferta e por vezes, por questões financeiras, temos de fazer opções. E eu optei pelo primeiro dia, apesar de ter o passe para todo o festival.

Vamos então começar por tecer os problemas de um festival desta envergadura.

- Bom, se há coisa mais detestável é estar a ver um concerto, olhos postos na frente, a dançar vivamente, e as pessoas a passar. Mas por que é que raio é que as pessoas não param quietas? E depois, deve ser como um amigo meu diz: há sempre uma passagem ao pé de mim! As pessoas deviam de ser obrigadas a ficar no seu sítio durante um concerto. Poderiam eventualmente respirar, porque também não queremos gente desmaiada, depois vêm lá da assistência médica e é uma chatice, não se vê nada do concerto... Esta malta que mais parece piolhinhos eléctricos está diferenciada, temos os que, apesar de todo o barulho, vão dizendo "desculpa", é válido; e temos os levam tudo à frente... E ainda pisam...

- Se estamos num festival; dentro de uma tenda de um palco; bem próximos do palco; a ver um concerto; a ouvir um concerto; porque é que há malta que está de costas na converseta? Dá para perceber? Para que é que gastaram o dinheiro então? Dá para a malta que quer assistir ao concerto, ouvir alguma coisa... Do concerto??

- Sou pequena, admito, aliás, é visível... Às vezes penso, por que é raio é que gastei dinheiro se no fundo estou num sítio em que oiço mal o concerto, e ainda para mais, não vejo absolutamente nada, nem sequer nos ecrãs? Por mais que dê uns saltinhos...

Ainda assim, valeu a pena. Valeu a pena a dor nas pernas, o cansaço, os quilómetros a pé e o pouco que dormi, porque estive lá. Mas este sábado vejo o que passar na televisão, no meu sofá, com cerveja mais barata e com o meu gato! Às vezes a idade não perdoa!

quinta-feira, 8 de julho de 2010

O inimigo público em pobrezinho: Di Maria passa nos testes médicos

O ex-jogador do SLB Di Maria passou nos testes médicos no Real Madrid. No entanto, será apresentado no final do mês.

A direcção do clube madrilenho justificou este facto, devido às obras de adaptação necessárias para que o futebolista argentino entre no plantel: " Faremos obras de alargamento nos acessos ao estádio e ao relvado, que permitam a passagem das orelhas de Angelito."

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Whatever...: Autoclismo

Eu hoje concluí que o autoclismo foi uma grande invenção. Aliás, eu considero que é uma tão grande invenção que acho que os descendentes do seu inventor ainda deviam receber lucros!

terça-feira, 6 de julho de 2010

Whatever...: The Submarines Gate

Sabem se os submarinos quando saem do estaleiro, desvalorizam tanto como os carros quando saem dos stands? Em caso de não desvalorizarem muito podíamos vendê-los como novos... E escusávamos de fazer seguro... E mais, se fossem vendidos perto do estaleiro poupavam pneu!

Críticas: Obituário de um Capitão

Sei que a notícia não é fresca, mas como no fim de qualquer relação há um período de nojo que é necessário respeitar. Hoje decidi que já me sinto preparada para abordar o tema: João Moutinho.

Para enquadar, eu sou do Sporting. Segundo algumas pessoas que me conhecem, de uma forma pouco saudável. O meu clube é das pouquíssimas certezas inabaláveis que tenho na vida, e isso não me parece doentio, é antes reconfortante.

Mas avancemos para o assunto que nos traz aqui: a transferência do João Moutinho para o Futebol Clube do Porto. Muito se escreveu e se disse sobre o assunto desde a passada sexta-feira, portanto a minha opinião será apenas mais uma e vale o que vale (provavelmente pouco).

Eu tenho uma opinião muito conservadora relativamente ao desporto-rei: eu sei que não passa de um negócio, os jogadores são meros profissionais que zelam pelos seus interesses, como qualquer profissional noutra àrea qualquer, certo? Errado.

O Futebol é um desporto que gera milhões, porque arrasta milhões. E não é por motivos racionais garantidamente. Nós não vemos os jogos do nosso clube, porque praticarem o melhor futebol do Mundo, vemos os jogos porque é uma inevitabilidade. À excepção dos benfiquistas. Os benfiquistas continuariam a jogar o melhor futebol do planeta, mesmo que o plantel fosse composto por calhaus da calçada com àguia ao peito. E é claro que o calhau mais escuro, seria anunciado como futuro Eusébio. Mas adiante...

Nem sequer vou pôr em causa o carácter do jogador por causa disto (pelo menos estou a tentar). Ou culpar a direcção do clube por não respeitar e preservar os símbolos do clube e as suas relações com os adeptos (que culpo sem sombra de dúvida). Mas não posso aceitar de forma pacífica que o jogador que usou a braçadeira de capitão na última temporada, alinhe no plantel do nosso rival directo passados dois meses. Imaginem que o/a vosso/a namorado/a com que passaram cinco anos acaba convosco, e no dia a seguir ele/a enfia-se noutra alcova. É impossível não ficar com a sensação de corno, certo? O pequenito João provocou-me uma das antigas...


Crítica: Itália vende património

Com o intuito de combater a sua grande dívida externa, Berlusconi decidiu colocar à venda pedaços de Itália, sejam ilhas, palácios antigos, mercados, entre outros.

Considerei que, se Portugal tem uma dívida externa também elevada, seria melhor fazer uma lista daquilo que deverá ser vendido para arrecadar uns tostões:

- Quintas do Lago, da Marinha, e outras que tais - Assim como assim, o povão não pode lá entrar! Portanto, se for comprada por Espanhóis, o que é que interessa?

- As Berlengas, compra a ilha, oferecemos as gaivotas!

- A Fuzeta - aquilo não está tudo estragado, mesmo?

- Bairros sociais - Mas só se forem comprados pelos Holandeses, porque esses sim, sabem o que é integração sócio-espacial e podiam fazer qualquer coisa de jeito! Continuamos a copiar o malfadado modelo Francês, que como vêem, tem tido um grande sucesso em França.. Oui, oui..

- A linha de Sintra, porque aqueles prédios fazem náuseas e tenho a secreta esperança que um dia todos voltamos ao campo e os prédios deixam de existir. Podiam ser comprados pelos americanos, para testar armas, já que o cenário de guerra já existe... Depois era só limpar tudo com a vassoura e a pá...

- A malta burra e os fatalistas, que sinceramente não fazem cá falta nenhuma! Os primeiros porque sim, os segundos porque já chega de Fado neste país. Se o colectivo fosse mais optimista não precisavamos de ganhar campeonatos internacionais de futebol para sermos felizes enquanto Portugueses... E vendia-se bem, quem é que não quer um velho do Restelo no seu jardim, por essa Europa? É kitsh, tipo gnomo...

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Desabafos: Emoção é isto, meus amigos!

São 2h da manhã, o calor aperta, o som da ventoinha não chega para refrescar, zapping certo. Qual quê, zapping não, está a dar o clássico, o mítico, o histórico (mesmo que esteja a decorrer hoje) Alemanha - Espanha! Grande jogo em perspectiva! Os jogadores fazem o aquecimento, rodam os pulsos, esticam os músculos, o embate é seguido por milhões de tele-espectadores. Quem ganhar chega à final, quem será o grande vencedor? E começa o jogo, o árbitro apita. A bola rola a 200 km/h, de repente pára no avançado. Número 9 nas costas, pára a bola e concentra-se. Os defesas estão loucos, tremem e mexem-se a uma velocidade estonteante mas não conseguem chegar-se nem perto! Têm de esperar. O tempo que for preciso. A bola não pode é entrar. O avançado olha para a esquerda e para a direita. Vê dois companheiros mas nenhum se desmarca. Ele sabe que os tem ali e pensa em fazer tabela. Atenção! A bola já não está parada, o avançado faz a tabelinha com o seu companheiro do lado, remata e... e... onde está a bola? Não, a sério onde está a bola? Ah! Sim! Está na baliza!!! É golo! É golo! É gooooolo da Alemanha!!! Mas como foi o golo? Temos de ver a repetição. Ah, exactamente, tac-tac e remate. É óbvio! O mundo dos Matraquilhos não varia muito disto! Que campeonato emocionante! Mais ainda do que aquele desporto em que um faz deslizar um disco por uma pista e vai outro a limpar o chão à frente com o Swiffer! Estou agarrado ao comando, a emoção não me permite ter forças para continuar o zapping. A Espanha já empatou, o golo foi igual ao da Alemanha, vi na repetição.

Whatever...: Estado pode ficar com Passerelle

Nas notícias de hoje, refere-se que, caso os arguidos do processo não tenham dinheiro para pagar as indemnizações ao Estado, o mesmo poderá ficar com a cadeia de bares de strip Passerelle! Fabuloso! Já estou a imaginar: A malta desempregada, em vez de receber subsídio de desemprego tem direito a ir lá oferecer um copo a uma garina! Mas o Estado só oferece o primeiro, atenção!

sábado, 3 de julho de 2010

Whatever...: Vuvuzelices

Já sei porque é que ainda não vimos nenhum homem nú a entrar no campo neste Mundial!! Por causa das vuvuzelas...

Pérolas: Argentina vs Alemanha

Os comentadores dizem:

- Isto é o que nós chamamos os índios, ora atacam ora defendem – Na fase mais rápida do jogo;

- Levou uma valente vassourada do Heinz;

- Ver e aprender, p’ra toda a gente – sobre a Alemanha;

- Faca na manteiga – sobre a possível entrada de um jogador;

- Este leva mais amarelos porque é mais vistoso;

- São uns irresponsáveis, metem tanta gente na frente – sobre a Alemanha;

- Quando digo talento, não é malabarista;

- Atira o adversário até às cordas – referindo-se à Alemanha;

- Acontecem, estas goleadas acontecem, (…) querem é toda a gente que o jogo acabe.

Whatever...: Spending

Ontem queria ir jantar fora, mas vi a minha conta, e como vêm aí as férias, pensei que era melhor não fazer um spending. A minha conta bancária tem feito um valente downgrading ao longo dos últimos meses. Não há shotselling ou vending que a salve. Já pensei em fazer um benchmarking para tentar melhorar a situação mas andamos todos assim. Será que vendem jantares a leasing, factoring ou confirming?

sexta-feira, 2 de julho de 2010

O inimigo público em pobrezinho: Sopa VS Crise

Ministra da Saúde aconselha portugueses a aproveitarem contenção para fazer sopa em casa.

Nota: Parece uma notícia falsa, cheira a notícia falsa, sabe a notícia falsa, mas felizmente ou infelizmente (sinceramente ainda não consegui decidir) é uma declaração verídica de Ana Jorge.

Descobri assim duas coisas de uma só penada:

1- Ando a lutar contra a crise, desde que saí de casa da mamã há 10 anos, e tive que me agarrar às panelas (sou sopaólica);

2- A ministra da Saúde perdeu o tino. Se isto não é um problema de saúde pública, então não sei o que é...




Slogan do momento: Talhos Silau

Com Talhos Silau, você compra um bife e nós damos um bacalhau!

Talhos Silau, você que pensa que não é bom, mas olhe que não é nada mau!

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Desabafos: IVA – Invariavelmente Vamos ficar Atolados…

E hoje, o dia 1 de Julho fica marcado como o dia em que ficámos um bocadinho mais entalados. É a conta de sempre: os salários permanecem iguais e o custo de vida sobe, a qualidade de vida desce, o stress aumenta, a produtividade dos que trabalham decresce e quem não trabalha endoidece…

Nestes momentos esquecemo-nos do que andamos para aqui a fazer e a nossa vida resume-se ao dinheiro. Não quero parecer demasiado exagerada, porque afinal é assim que o mundo funciona, é esta a sociedade em que vivemos e então precisamos do dinheiro… Mas será que exageramos no que toca às nossas preocupações financeiras e por isso tomamos más decisões?

Tenho esperança que o futuro da sociedade seja diferente. O modelo capitalista está obsoleto e tem de ser alterado. Já vimos que assim não dá. Vivemos nos humores de linhas expressas em gráficos que nos dizem se estamos a entrar na crise, na crise, a meio da crise… Dependemos do que uma agência de rating diz do nosso país, expressando-o em letras e em números. Mas somos mais, muito mais do que isso. O que é que aconteceu que de repente deixámos de ser o belo país à beira mar plantado para ser um -AA? Como é que se resumem as capacidades de um país numa letra? Voltámos ao mundo dos ABC’s?