segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Críticas: SW, a crítica necessária

E o festival acabou, outra vez. Mais uma vez a sensação de vazio e de “até para o ano”. É tempo de contar como foi.

Devo começar por confessar que, dos quatro dias de festival, estive presente no segundo e no último, por uma razão evidente, o cartaz era péssimo. Não tenho grandes esperanças que o cartaz melhore nos próximos anos, pois o recinto estava cheio e a organização não é tonta…

Na quinta-feira vi um Jamiroquai que nos presenteou com um concerto idêntico ao que deu em 2003, no mesmo festival, isto porque a evolução de reportório musical não ocorreu.

A encerrar as hostes tivemos Beirut. Pela primeira vez em Portugal, este grupo deu um concerto fabuloso e deixou-nos a sede de mais, muito mais! Tal e qual como no Alive, uma banda que chama muita gente tocou num palco secundário, dá para perceber? Estes meninos e as suas trompetes mereciam um espaço mais alargado e não era pelo tamanho dos seus instrumentos!

Este ano verificámos uma melhoria, o palco do kunks-kunks era o mesmo que o palco secundário e ocupava o seu lugar quando os concertos “secundários” terminavam. Para quem não assistiu no ano passado, fica a saber que o Legendary Tigerman abandonou o palco secundário porque só se ouvia o bater estrondoso do DJ do momento. Aquilo estava mal organizado e eu até acho que, tão alto que até ouvia as batidas em casa…

Faço um alerta, se vão pela música, têm duas hipóteses: ou vão para perto das grades ou vão ter de se chatear. Ninguém, repito, ninguém à nossa volta está a ver concertos. Eles falam, brincam, fazem o seu botellon, mas não estão a ver concertos, apesar de disfarçarem, aplaudindo de vez em quando. Quase espanquei umas criancinhas que brincavam por ali, mas mantive-me adulta e pensei, “são crianças, tadinhos, estão na idade de brincar…”

Outro problema de ser festival é que cada vez mais se assemelha à Feira Popular, aliás, eu até acho que existiam mais diversões naquele recinto do que na defunta Feira Popular de Lisboa. Ora vejam, tínhamos uma montanha russa; tínhamos vários zombies que deviam estar a fazer o seu papel na casa dos horrores, mas em open space, e por aí fora. Aliás, estava eu sentada, a ver Mike Patton e a deliciar-me com uns noodles quando de repente passa uma pessoa por cima de mim a fazer slide! A minha vontade foi gritar violentamente: “Posso ver uma merda de um concerto, porra!”

Enfim, se calhar para o ano ficamos pela praia e pelas mines ao por do sol… É que a única coisa que aqueceu foi a viagem de volta…

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